terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Construindo Altares


É de praxe fim de ano elaborarmos planos para o ano vindouro e fazermos juramentos relativos a mudanças naquilo que não esta legal pra gente. Ultimamente eu vinha procurando me desfazer desse hábito. Isso porque mais fácil do que fazermos promessas no fim do ano é não conseguirmos cumpri-las no decorrer do tal. Portanto, agora, não penso mais assim, mudei de ideia. Na verdade acho que deveriam existir mais momentos como esses.

Precisamos de marcos em nossas vidas. Como um alpinista que conforme sobe vai cravando pinos de segurança, que o fazem continuar, caso caia, a partir da onde foi fincado o último pino. A virada do ano pode ser uma grande oportunidade para reestabelecermos os propósitos, retomar o alvo, cravar pinos, erguermos altares

Cheguei a esse conclusão ao ver na Bíblia, que conforme o povo Hebreu caminhava e Deus ia se revelando a eles e suprindo suas necessidades eram construídos altares com nomes que tinha tudo a ver com o acontecimento que motivava a construção do altar.

Assim foi com Nóe ao sair da arca, com Abrãao, quando ouviu as promessas de Deus e também com Jacó, que depois de ouvir do próprio Deus a promessa de que Ele estaria ao seu lado, erigiu uma coluna com a pedra que estava usando como travesseiro.

No decorrer da história do povo hebreu, que caminha em direção as promessas de Deus, a vontade de Deus vai sendo descortinada e o povo vai caminhando nessa direção e conforme anda vai experimentando e sendo parte desse plano de Deus. Cada vez que acontece um episódio significativo uma altar é erguido em adoração a Deus, marcando aquele momento.

Nossa cultura e muito mais nossa geração ao contrário dos hebreus carece de altares que nos façam perceber o momento, valorizá-lo e torná-lo um marco, que nos faça sempre lembrar para onde estamos indo.

Confiar em nossa memória é a pior coisa que podemos fazer, mas uma altar construído nos fazer lembrar de onde vimos e pra onde vamos, nos impedindo de andar em círculos. É como uma farol, que orienta os navegantes durante a tormenta e a escuridão.

No momento esse texto está sendo uma marco em minha vida, um altar que estou construindo em adoração a Deus, pois nessa madrugada em que não conseguia dormir e em oração travava uma batalha de desesperança na minha mente, Deus me visitou e me deu esperança novamente, me fez olhar pra trás, avistar os altares construídos no passado e guiou meus olhos pra frente. Assim como Ele falou com Abrãao e com Jaco no passado hoje ele me fala: "Não Temas, Eu estou contigo".

Um altar não deve ser algo ou um lugar que nos paralisa e nos torna estáticos, mas que nos faz caminhar. Não deve ser um amuleto, mas ficar cravado no coração. Um altar não precisa ser um objeto ou qualquer coisa concreta, mas um momento em que buscamos a Deus e Ele nos visita com sua Graça, estabelecendo conosco uma aliança, que nos traz de volta pro caminho e nos faz sempre remetermos a esse momento quando percebermos que estamos perdidos.

Geralmente no fim do ano paramos e restabelecemos nossos rumos. Isso é bom, mas precisamos fazer isso mais vezes, fazendo nossos altares em adoração a Deus e não a nos mesmos, porque se assim fizermos, não iremos rodar, rodar e cair no mesmo lugar, mas prosseguiremos para o alvo.

Pra mim uma nova era se inicia em 2009 na minha vida. Não tenho pretensões de me tornar um ser perfeito, estou certo que vou falhar em muitos projetos, mas uma coisa quero fazer; construir mais altares em adoração a Deus, afinal de contas só precisa construir altares quem ainda está na caminhada. Quem chegou no fim, quem acha que já ta bem como esta, quem já se considera produto acabado, não tem que construir altar e sim uma cova. Eu ainda quero ver muito do que Deus a de fazer em mim e na minha geração.



Roberto Veiga



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